Como compartilhar nosso aprendizado na área de Educação, Arte e Cultura, deixando um legado 

Ao ser criado, em 1991, o Instituto C&A abraçou a causa da educação de crianças e adolescentes. E, durante os 25 anos que se seguiram, dedicamo-nos à efetivação do direito de crianças e adolescentes a uma educação de qualidade, para a construção de uma sociedade participativa, justa e sustentável.


Em 2016, avaliando os desafios socioambientais que a indústria da moda ainda enfrenta, decidimos focar nossos esforços em fazer da moda uma força para o bem.


Preservando nossa forma de atuar, decidimos fazer essa transição de agendas de forma respeitosa e transparente com nossos parceiros, mantendo o investimento da área de Educação, Arte e Cultura por mais três anos. Assim, nós nos perguntamos: que herança queremos deixar para nossos parceiros, para a causa, para outros investidores sociais e para nosso próprio time?


O resultado dessa reflexão foi o projeto Legado. A inciativa organizou o processo de transição, que vai até o fim de 2018, em três pilares: o fortalecimento de organizações sociais que atuam com educação, arte e cultura, a produção e compartilhamento de conhecimento, além da mobilização e fortalecimento do campo da educação brasileira.

Legar para transformar

Acreditamos que, ao compartilhar o conhecimento acumulado durante quase 30 anos de investimento social em educação, podemos fortalecer nossos parceiros e a todos que atuam nesse campo. Por isso, uma das estratégias do nosso processo de transição foi avaliar e sistematizar algumas de nossas iniciativas e organizar o conhecimento disponível. Veja como estamos fazendo isso:


  1. Documente os processos

    A documentação de processos deve ser parte integrante de uma organização que busca aprender com sua história e compartilhar conhecimento. Ao estruturar o processo de legado na área de educação, percebemos a importância da construção de um acervo de publicações.

  2. Engaje os usuários da informação

    Entre os tantos aprendizados coletados ao longo dos anos, quais os mais relevantes? O que devemos legar e a quem? Estas são perguntas que não poderíamos responder sozinhos. Por isso, em fevereiro de 2018 convidamos dez parceiros – alguns dos futuros usuários do conhecimento que estamos compartilhando – para fazer essa reflexão conosco. Durante um workshop de um dia, desenhamos a estrutura de disponibilização do nosso legado de forma útil e fácil.

  3. Aos olhos e ao alcance de todos

    Para manter o conhecimento vivo e para que fosse utilizado pelo maior número de pessoas possível, percebemos que era importante disponibilizá-lo fora do nosso domínio. Os usuários precisam enxergar as informações como públicas a fim de construir novo conhecimento a partir delas. Para isso, em parceria com o Gife, iniciamos em 2017 o processo de reestruturação da biblioteca virtual Sinapse e da construção da primeira coleção especial da plataforma.


  1. Co-criando com os avaliados

    A utilização de uma avaliação depende, sobretudo, da sua utilidade percebida. Por isso, tomamos a decisão não muito comum: co-criamos as avaliações externas dos apoios à Campanha Nacional pelo Direito à Educação e à Rede Nacional Primeira Infância com os próprios parceiros. O resultado: duas avaliações bem diferentes do que teríamos se as pensássemos exclusivamente pela nossa ótica, mas avaliações que têm feito a diferença num momento em que ambas as organizações passam por mudanças na gestão e pensam o seu futuro e sustentabilidade.