Destaques
Como fazemos a medições
Destaques: ANALISANDO NOSSO IMPACTO
Indicadores-chave de desempenho
Os indicadores-chave de desempenho (KPIs) são métricas úteis para acompanhar o progresso, fazer ajustes para melhorar a eficácia e aproximar-se mais do alcance das metas programáticas. Mas os KPIs nem sempre contam a história completa, especialmente quando se trata de mudança sistêmica. A Laudes Foundation está em transição para um modelo híbrido que combina evidências quantitativas e qualitativas, que nos permitem avaliar melhor nosso progresso em direção à mudança sistêmica.
Legenda de cores do gráfico
Algodão Sustentável
Número de agricultores certificados/ verificados / auditados
Nossos parceiros trabalharam com mais de 55.000 pequenos agricultores em cinco países; seu apoio permitiu aos agricultores desenvolver capacidades no cultivo orgânico, fortalecer seus esforços de ação coletiva por meio de instituições de agricultores e acessar mercados que pagavam preços justos.
Número de hectares de algodão sustentável cultivado
Nossos parceiros trabalharam com mais de 55.000 pequenas agricultoras e agricultores para aumentar a sua capacidade de cultivo de algodão orgânico. Os esforços dos parceiros na construção de instituições comunitárias e de vínculos com o mercado ajudaram a trazer aproximadamente 50.000 hectares de terras agrícolas, em toda a Índia, Paquistão, Tanzânia, China e Brasil, para a produção de algodão orgânico.
Melhores Condições de Trabalho
Número de trabalhadores beneficiados pela melhora nas condições de trabalho e salários
Nos últimos cinco anos, e em conjunto com nossos parceiros, aprendemos bastante sobre como empregar estratégias que alcançam maior impacto. Paramos de apoiar iniciativas "fábrica por fábrica" e programas-piloto nos quais o caminho para escalar não estava claro. Isso ajudou nossos parceiros a dobrar o número de trabalhadores que se beneficiam diretamente de nossas doações.
Número de divulgações e mecanismos de transparência utilizados pela indústria
O cenário das iniciativas de transparência em 2019 mudou bastante desde que começamos nosso trabalho, em 2015. Embora algumas partes do setor possam ter sido ameaçadas em 2015, hoje em dia mais e mais atores do setor adotam a transparência como um caminho para a responsabilidade e uma maneira de nivelar o campo de jogo. É por isso que conseguimos superar nossa meta original.
Número de acordos coletivos
Os trabalhadores e seus representantes continuam trabalhando em ambientes desfavoráveis à liberdade de associação e ação coletiva. Empregando novas estratégias, como expor publicamente as condições da fábrica e chamar a atenção da mídia, nossos parceiros na Índia, Indonésia e Bangladesh conseguiram introduzir e assinar acordos de negociação coletiva (CBAs). Esses acordos fornecem segurança a alguns trabalhadores e agem como exemplos inspiradores para outros.
Trabalho Forçado e Trabalho Infantil
Número de mulheres e homens resgatados, treinados e empregados em condições dignas
Em cinco anos de trabalho no campo, ajustamos nossas abordagens para focar mais em iniciativas que criam mudanças sistêmicas. Ao fazer isso, focamos menos na reciclagem de sobreviventes. A instabilidade política no Brasil levou à realização de menos inspeções trabalhistas - portanto, menos sobreviventes foram identificados.
Números de crianças resgatadas e de volta à escola
Estivemos perto de atingir nossas metas através da nossa atuação na Índia e no Brasil. Mas nas iniciativas de transferência de renda, que exigem que as famílias matriculem seus filhos na escola, também testemunhamos uma complicação preocupante: as crianças frequentavam as aulas durante o dia, mas iam para o trabalho depois da escola. Também vimos o trabalho infantil reaparecer em partes da indústria de algodão da Índia, pois os agricultores em dificuldades eram obrigados a tirar seus filhos da escola para que pudessem trabalhar na fazenda familiar.
Número de marcas que colaboram com iniciativas para ampliar a proteção aos trabalhadores
Atribuímos nossos ganhos acelerados em 2019 ao Business and Human Rights Resource Centre, e ao forte envolvimento da marca com nosso parceiro na Índia. No entanto, após as poucas respostas iniciais de muitas marcas devido à crise da COVID-19, acreditamos que as estratégias não devem necessariamente visar marcas individuais, mas, em vez disso, envolver mudanças mais amplas nos sistemas, incluindo as promoções de defesa das trabalhadoras e trabalhadores, legislação e mudança de políticas.
Fortalecimento de Comunidades
Número de colaboradores participando da campanha IW por ano
Estabelecemos uma parceria com a C&A para engajar e inspirar seus colaboradores quanto à sustentabilidade, ao mesmo tempo em que levantamos fundos de caridade para as comunidades locais. As campanhas Inspiring World e Inspiring Women envolveram 30.000 funcionários em 21 países, angariando 954.600 euros para apoiar 47 organizações que ajudam mais de 300.000 pessoas.
Número de colaboradores voluntários por ano
Após avaliar as iniciativas de voluntariado no Brasil, revisitamos a metodologia utilizada para a coleta de dados. A partir de 2018, contamos apenas os colaboradores da C&A que realizaram atividades de voluntariado na comunidade, em vez de todos aqueles que se registraram. Embora essa mudança tenha resultado no que parece ser um mergulho contra a nossa meta em 2018 e 2019, acreditamos que proporciona um reflexo muito mais preciso da nossa contribuição para as comunidades onde a C&A opera.
Número de pessoas impactadas por iniciativas de ajuda humanitária por ano
A nossa parceria com a C&A e a Save the Children continuou a fornecer ajuda humanitária a pessoas vulneráveis em momentos de crise. Ao longo dos anos, apoiamos mais de 15 milhões de pessoas. Embora nosso programa de Redução de Risco de Desastres (RRD) no Brasil tenha terminado em 2019, continuamos a alcançar resultados acima da meta devido a sete respostas de emergência em todo o mundo. O RRD continuou em 2019 na China, Índia, Bangladesh e México.
Gênero
Número de mulheres em cargo de liderança no campo
Ao lado de organizações de base, trabalhamos para aumentar a liderança das mulheres em toda a cadeia de suprimentos. Organizações como a Awaj Foundation, em Bangladesh, OnionDev Technologies, na Índia e Abvtex, no Brasil, mobilizaram trabalhadoras do setor vestuário e abordaram questões importantes como a violência de gênero no ambiente de trabalho e coletivamente exigiram melhores condições de trabalho e salários justos.
Número de mulheres que lideraram esforços para melhorar as condições de trabalho
A igualdade de gênero é fundamental para fazer da moda uma força para o bem, e nossas parcerias contra o trabalho forçado e trabalho infantil incorporaram uma visão de empoderamento das mulheres em cada subsídio. Parceiros como Terres des Hommes, GoodWeave International e CAMI foram fundamentais para impulsionar os aumentos vistos em 2019, pois permitiram às mulheres compreender e exigir seus direitos, lutar pela justiça social e, finalmente, diminuir os incidentes de violência de gênero em suas comunidades e locais de trabalho.
Número de trabalhadoras em programas de direitos e empoderamneto
O número total de mulheres em cargos de liderança agrícola na Índia, Tanzânia, Paquistão e Brasil aumentou de forma constante ao longo dos anos. Os parceiros envolveram mulheres de diferentes formas, inclusive através de grupos liderados por mulheres, treinamento e capacitação, gestão de cooperativas e participação nos conselhos de empresas de produção agrícola. Embora os parceiros não tenham sido capazes de coletar os números devido à crise da COVID-19, informalmente eles antecipam uma tendência positiva contínua.
Moda Circular
Número de fontes e metodologias de dados de acesso aberto usadas para implementar os modelos de negócios circulares
Trabalhamos com 13 parceiros para criar metodologias de projetos de produtos de código aberto, desenvolver um protocolo de identificação de produtos e capturar dados ambientais sobre cadeias de suprimentos e produtos. Juntos, também desenvolvemos metodologias de medição que permitem à indústria da moda implementar modelos de negócios circulares, e criamos redes que podem facilitar ainda mais este processo.
Número de executivos seniores que relatam demanda e capacidade crescentes na implementação de modelos de negócios circulares
Nossos parceiros, incluindo os da iniciativa Bridging the Gap, diretamente engajaram executivos seniores de empresas como Adidas, Ted Baker e Farfetch, a fim de obter compromissos que financeiramente apoiassem a implementação de modelos piloto de negócios circulares.
Número de formuladores de políticas que apóiam políticas que permitem a implementação de modelos de negócios circulares
Optamos por consolidar nossos esforços junto a três parceiros, Policy Hub, Ellen McArthur Foundation e EcoPreuneur, para engajar legisladores que poderiam contribuir para o Plano de Ação de Economia Circular da Comissão Europeia, lançado em março de 2020.
Fashion for Good has...
pesquisou mais de
900
Inovadores identificado
selecionou
+ de 80
start-ups
realizou
+ de 40
inovações mapeadas para servirem de piloto e escala
produziu mais de
850
sessões para conectar inovadores às marcas corporativas realizadas
catalisados
€119m
para inovadores
colaborou com
18
parceiros corporativos
hospedou
+ de 55 mil
visitantes recebidos no museu de moda sustentável
*Enquanto a Fashion for Good é a iniciativa flagship do Instituto C&A, os números aqui refletem os KPIs organizacionais da Fashion for Good e não os do Instituto.
O que nos deixa orgulhosos
- Trabalhar com parceiros para renovar e ampliar as iniciativas de mudança da indústria e apoiá-los no crescimento e diversificação de suas fontes de financiamento. Isso permitiu que organizações como a Awaj Foundation, China Labour Bulletin (CLB) e Wage Indicator consolidassem seu conhecimento , fortalecessem suas operações e melhorassem seu potencial de impacto.
- Aumentar a ambição coletiva da indústria quanto à economia circular, muito além da reciclagem. Isso fica mais claro no sucesso do modelo de colaboração da Fashion for Good e na criação de roteiros que orientem as empresas a adotarem novos modelos de negócios, como aluguel e reparo de roupas.
- Fazer uso dos dados e apostar na transparência. Nosso apoio ao Índice de Transparência da Moda e outras iniciativas que promovem a transparência tem sido bem-sucedido na criação de responsabilização da indústria. O poderoso uso de dados também foi central para o nosso trabalho com a OAR e a Mapped, em Bangladesh.
- Contribuir para o crescimento de um mercado viável para o algodão sustentável. Além de apoiar um aumento de 56% da produção de algodão orgânico entre 2017 e 2018, nossa abordagem sistêmica (incluindo capacitação de agricultoras e agricultores, coordenação da indústria, criação de vínculos com o mercado e envolvimento com o governo) ajudou mais de 50.000 agricultores em cinco países a adotar práticas orgânicas.
- Começar a ver o surgimento de uma agenda comum para a construção de um setor de algodão orgânico próspero, onde agricultoras e agricultores encontram sua voz como membros críticos dessa complexa cadeia de suprimento e os investimentos sejam coordenados para trazer mais algodão orgânico aos mercados. O trabalho dos nossos parceiros na capacitação dos agricultores não só impulsionou o aumento da produção de algodão orgânico, mas também ajudou a estabelecer instituições de agricultores capazes de aproveitar o poder da ação coletiva no acesso aos mercados. A OCA continuou a ganhar tração com 12 marcas, assinando contratos diretamente com agricultores e apoiando programas de desenvolvimento do engajamento do agricultor. Juntos, esses esforços têm sido fundamentais para aproximar as marcas dos agricultores, motivando a indústria a reconhecer os argumentos a favor do pagamento de um prêmio. Esses pontos de prova também incentivaram os legisladores a se relacionar com nossos parceiros para estruturar ambientes de políticas favoráveis.
- Envolver-se com a complexidade a fim de reduzir o trabalho escravo na Índia. Ao aprofundar nosso conhecimento local em Tamil Nadu, pudemos abordar as causas persistentes do trabalho análogo ao escravo em fábricas de fiação: a contratação contínua de trabalhadores migrantes. Com isso, reduzimos a prevalência de trabalho análogo ao escravo entre os trabalhadores das fiações de 56%, em 2015, para 11%, em 2019.
O que aprendemos
- O investimento privado social está preparado para assumir os riscos inerentes à mudança dos sistemas. Sabemos que projetos piloto com potencial para transformar o status quo necessitam de capital filantrópico e subsídios de maior duração. Também sabemos que o apoio organizacional financeiro e técnico é fundamental para permitir que as organizações parceiras façam o escalonamento assim que o conceito central tiver sido comprovado.
- A pesquisa é uma ferramenta poderosa para desenvolver estratégias, fortalecer o campo e promover a mudança de políticas. Embora ela possa sempre manter nossos Programas informados, aprendemos que uma pesquisa eficaz - com o maior potencial para avançar nossa pauta de transformação - precisa de um objetivo político claro, um público alvo e um método para alcançar esse público.
Precisamos abordar as principais causas do trabalho forçado e das más condições de trabalho, incluindo as práticas de recrutamento e acesso a opções alternativas do local de trabalho. Aprendemos com nosso trabalho com a Terre des Homme e o Freedom Fund que, se não abordarmos a origem desses problemas, a exploração de trabalhadoras e trabalhadores vulneráveis continuará conforme eles migram pelas fronteiras para encontrar trabalho em outros lugares.
- Há pouquíssimos incentivos para a cooperação de uma indústria transformadora. Enquanto as iniciativas multisetoriais têm o potencial de promover colaboração e mudança significativa, é necessário fazer mais para garantir que essas iniciativas estejam aptas para o propósito. Há uma necessidade por fortes estruturas de governança, níveis mais elevados e responsabilização pela participação, para que se permaneça firmemente focado na defesa dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores. Ao mesmo tempo, nossa experiência na construção de uma iniciativa multisetorial para alinhar as práticas da indústria de algodão sustentável, nos mostrou que construir uma agenda coletiva e a confiança entre as organizações leva tempo, mas é a chave para remover o risco do investimento em inovação e para criar mudanças sistêmicas.
- Uma mudança significativa requer paciência, persistência e confiança. No setor de algodão sustentável, é preciso tempo para construir relações de confiança entre as diversas partes interessadas, desenvolver códigos e padrões comuns (um guia de fornecimento, por exemplo) e permitir que as iniciativas de mudança de sistemas criem raízes.
- O foco apenas na produção sustentável de algodão não é suficiente. Embora uma abordagem baseada no mercado seja crucial, aprendemos que também devemos nos concentrar em corrigir os desequilíbrios de poder no sistema. Isso significa apoiar grupos de agricultoras e agricultores para que assumam maior controle, melhorem suas estruturas internas de governança e ajudá-los a ter acesso ao financiamento para ampliar seus negócios.
- Devemos construir um case de negócios robusto para a moda circular. Isso requer credibilidade para reunir o setor, a capacidade de construir alianças intersetoriais e o entendimento de como forças externas, como os mercados de capitais, estão investindo e perpetuando a economia linear.